O milagre realizado por Deus no secamento das águas do Jordão para que o seu povo passasse tornou-se notícia entre as nações vizinhas: os amorreus e cananeus (v. 1). Os reis destas nações ficaram muito temerosos porque sabiam que haveriam de enfrentar a nação de Israel que estava sendo guiada por um Deus que realizava milagres no meio do seu povo.
Deus então ordenou a Josué que novamente circuncidasse os filhos de Israel usando facas de pederneira (v. 2). Pederneiras são rochas constituídas de quartzo que tem a capacidade de produzir faíscas quando atritadas contra algum metal, especialmente ferro. Estas rochas são muito duras e quando partidas produzem arestas afiadas que serviam como objetos cortantes.
A expressão "de novo" no versículo não significa que as pessoas já circuncidadas iriam passar por este processo novamente (até porque isto não seria possível). Refere-se ao fato de que a circuncisão não era realizada durante toda a peregrinação pelo deserto. Todos os homens que nasceram durante os 40 anos do êxodo não eram circuncidados (v. 4-7). Agora, após passar o Jordão, Deus ordenou que estes homens fossem circuncidados, retornando ao costume de se realizar esta cerimônia.
Por causa da rebelião em Cades, Deus não permitiu que os israelitas que saíram do Egito participassem da circuncisão (um sinal de que eram um povo escolhido de Deus). O "opróbrio do Egito" (v. 9) ainda estava sobre eles. Agora, mediante a restauração da Páscoa (símbolo da libertação do Egito) e realização da circuncisão este opróbrio foi removido.
Em Gilgal o povo celebrou a Páscoa e no dia seguinte eles comeram do fruto da terra (v. 11). A partir deste dia deixou de cair o Maná (v. 12). Durante 40 anos o povo peregrinou pelo deserto enquanto Deus ia proporcionando o seu sustento através do Maná. A partir do momento em que Israel estava na terra onde eles poderiam tirar o seu sustento, o Maná não era mais necessário. Deus não faz por nós aquilo que podemos fazer por nós mesmos.
Estando Josué próximo a Jericó, apareceu diante dele um homem com uma espada desembainhada (v. 13). Josué teve dúvidas a respeito da procedência deste homem e perguntou de que exército ele era. A resposta do homem "sou príncipe do exército do SENHOR" não indica que ele era um israelita. A palavra "exército" pode ser usada para os anjos de Deus (1Rs 22:19).
O fato do visitante celestial ter aceitado a adoração de Josué indica que ele era mais que um anjo (v. 14). Ele mesmo disse a Josué "Descalça as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é santo". Esta mesma ordem foi dada pelo próprio Senhor a Moisés (Êx 3:5). Isto é um indicativo de que o homem que Josué viu não era outra pessoa senão o próprio Cristo em figura humana. Em Josué 6:2, que é uma continuação direta de Josué 5:13-15, este ser é intitulado como "o Senhor".
(Adaptado de CBASD, vol. 2, pág. 198-199)
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