Deus renova a sua a aliança com o povo, relembrando a forma poderosa com a qual ele livrou o povo do cativeiro do Egito e os conduziu durante a peregrinação pelo deserto, realizando "sinais e grandes maravilhas" (v. 1-3).
O verso 4 diz que "o SENHOR não vos deu coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir". Este é mais um caso em que a Bíblia diz que Deus realizou um fato que na verdade ele simplesmente permitiu que acontecesse. Na realidade, o povo é que era de "dura cerviz" (Êx 32:9) assim como foram posteriormente os fariseus no tempo dos apóstolos (At 7:51). É necessário humildade e discernimento espiritual para poder entender e aceitar a vontade e as obras de Deus (Sl 25:9, 12, 14; 119:18). A mente da pessoa não regenerada não é capaz de apreciar e entender valores espirituais. Mas, quando alguém se volta com coração sincero a Deus, sua visão espiritual é restaurada (Jo 6:45; 1Co 2:12-16; 2Co 4:6; Ef 1:17) (CBASD, vol. 1, pág. 1163).
Assim como em outros capítulos deste livro, Deus, por meio de Moisés, aconselha o povo a lembrar de todo o cuidado que teve por eles (v. 5-8) e relembra que a Sua aliança envolve todo o povo (v. 9-13), inclusive as gerações futuras (v. 15). Porém, para fazer parte da aliança era necessário a obediência (v. 18).
Um fato muito sério, o qual Moisés adverte o povo, é que ninguém deveria desobedecer a Deus tentando convencer-se de estar fazendo o certo. Suas consciências dizem "Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração" (v. 19).
Este é o problema de muitos na face da Terra: não só pecam, mas afirmam estar fazendo o certo ou afirmam que Deus não os condenará por seus atos. Tal estilo de vida é o mais perigoso, pois cria uma resistência à influência do Espírito Santo que é quem nos convence do pecado (Jo 16:7-8). Quando alguém está a ponto de praticar o pecado o Espírito Santo atua em sua consciência tentando convencê-lo a parar (Is 30:21). Caso a pessoa continue rejeitando a voz do Espírito, acabará por achar que o pecado que ele comete é algo normal e aceitável por Deus. Terá então pecado contra o Espírito Santo, que é o pecado imperdoável (Mt 12:31), pois para receber o perdão é necessário o arrependimento (Jl 2:13; Lc 13:3,5; At 2:38; 3:19).
No caso do não arrependimento do povo, Deus não o iria perdoar (v. 20). Pelo contrário, as maldições previstas na aliança a qual o povo aceitou iriam cair sobre o povo e eles seriam motivo de admiração e espanto entre os outros povos (v. 21-28).
Existem coisas nas Escrituras que são mistérios para nós; estas coisas pertencem a Deus. Por outro lado existem coisas que Deus revelou em Sua Palavra. Estas nós temos o privilégio de conhecer, pois elas pertencem a nós (v. 29).
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