Quando Israel fosse à guerra contra uma nação, não deveria temê-la,
mesmo esta nação sendo numerosa ou possuindo cavalaria (v. 1). Israel tinha a
seu favor o Senhor dos Exércitos que era quem os tinha tirado do Egito com mão
poderosa.
A promessa divina era que Deus estaria com eles (v. 4). O sacerdote se
adiantava perante o exército (v. 2) levando consigo a Arca da Aliança (1Sm
4:4-5; 2Sm 11:11). Na última grande batalha que antecederá a volta de Cristo,
Deus é representado como estando presente pessoalmente para a batalha (Ap 16:14-16;
19:11-16).
Os versos 5 a 7 registram a oportunidade que era dada para que alguns homens não fossem à
guerra. Seriam eles:
- O que construiu uma casa e ainda não a consagrou (v. 5). O verbo consagrou nesta passagem também é usado no sentido de consagrar um altar em outros lugares;
- O que plantou uma vinha e ainda não comeu do seu fruto (v. 6). Segundo a lei, o homem que plantasse uma vinha deveria aguardar três anos para comer do seu fruto. No quarto ano ele levaria as uvas para comê-las diante do templo como uma oferta de louvor. Somente no quinto ano as uvas seriam dele;
- O que estava desposado com alguma mulher (v. 7). Ele deveria aguardar um ano após o casamento antes de ir à guerra (Dt 24:5). Este era um meio de garantir que aquele homem deixasse alguma descendência caso viesse morrer na batalha.
Tais medidas eram uma forma de amenizar os problemas sociais vindos em
decorrência de uma guerra.
Os medrosos também não deveriam ir à guerra, pois o espírito de covardia
poderia contagiar o restante dos soldados (v. 8).
Quando Israel se aproximasse de alguma cidade para toma-la, deveria
primeiro oferecer a paz, mediante a rendição daquele povo (v. 10-11) (pois Deus
já havia entregue aquele povo a Israel). Caso não aceitassem as condições,
então Israel deveria guerrear contra aquela cidade (v. 12) e matar todos os
homens. Deveriam ser deixados com vida as mulheres, crianças e animais (v. 14).
Isto seria para com os povos existentes longe da terra de Canaã (v. 15).
Já aos povos das terras de Canaã não deveriam ser oferecidas condições
de paz (v. 16). Eles deveriam ser destruídos totalmente (v. 17). Este
tratamento diferenciado para com as nações que havia em Canaã era porque Deus
já havia dado muito tempo para eles, mas eles continuavam praticando
abominações. Quando se encheu “a medida
da iniquidade dos amorreus” (Gn 15:16) veio o juízo de Deus contra eles.
A Bíblia usa a expressão “Encheu-se
então a medida da sua iniquidade” para explicar o fato de uma pessoa ou nação
ter rejeitado demasiadamente a influência do Espírito Santo e chegar a um ponto
de não ter mais conversão (Mt 23:29-32; 1Ts 2:16). É o que o Novo Testamento
chama de “pecar contra o Espírito Santo”
(Mt 12:31).
É interessante ver como Deus trata cada caso conforme o que é justo. Ele manda oferecer paz a uns povos, enquanto que a outros (os que encheram a medida da sua iniquidade) o que vem é a destruição. Já Israel é protegido e dentro do povo de Deus, os que estava em situação social mais delicada eram poupados da guerra. Em tudo vemos que Deus sempre tem cuidado por aqueles que não o rejeitam e aqueles que precisam do seu cuidado.
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