O capítulo começa ensinando lições de honestidade e bondade para com o próximo. Caso alguém encontrasse um animal que pertencesse ao seu próximo, deveria imediatamente restituí-lo. A palavra "extraviado" envolvia não somente o animal que se perdeu, mas também aquele que foi roubado do seu dono. A pessoa que a encontrasse não deveria apenas comunicar ao verdadeiro dono, mas empregar esforço para restituí-los.
No caso do homem que encontrou o animal não conhecer o seu proprietário, deveria levar o animal para casa e cuidar dele até encontrar o verdadeiro dono, a quem deveria devolvê-lo (v. 2). Os mesmos procedimentos deveriam ser feitos para qualquer coisa que fosse encontrada.
O verso 5 fala sobre a mulher não usar roupa de homem e vice-versa. Provavelmente o texto se refira ao costume pagão de simular uma troca de sexo com propósitos imorais. A palavra traduzida por "roupa" é usada para se referia a muitos artigos além de roupas. Deus criou homem e mulher, e a distinção ordenada deve ser honrada e obedecida.
Caso alguém encontrasse um ninho de ave com ovos ou filhotes e a mãe sobre eles, tal pessoa poderia levar para si os filhotes, mas deveria deixar a mãe viver (v. 6 e 7). Isso era uma forma de preservar as espécies.
Deus também ordenou medidas de segurança para as pessoas. O teto plano de uma casa devia er um parapeito para evitar que alguém caísse por acidente (v. 8). Estes tetos geralmente eram usados para secar grãos ou como uma área de laser para as crianças.
Não semear com duas espécies de semente (v. 9) era uma forma de evitar que espécies inferiores surgissem devido a mistura das sementes. As modernas técnicas de cruzamento de plantas não eram conhecidas na época.
A ordem de não lavrar com junta de boi e jumento (v. 10) talvez tenha sido dada por uma questão de misericórdia, pois o boi e o jumento são animais de tamanhos e forças diferentes.
A ordem de não misturar lã e linho (v. 11) não é explicada em nenhum lugar na Bíblia. No princípio Deus criou diferentes espécies de plantas e animais e não era seu propósito que houvesse mistura entre elas. Talvez esta ordem tenha sido apenas para impressionar a mente do povo a respeito deste princípio.
Os versos 13 a 21 tratam de maneira dura o caso de algum homem que casasse com uma mulher virgem e após a noite de núpcias viesse acusá-la de ter casado sem ser virgem. Tal acusação mentirosa poderia ser feita com o fim de obter o direito legal de repudiar sua mulher. A "roupa" do verso 17 era uma manta exterior usada tanto por homens quanto mulheres e ainda como cobertor à noite. Era costume em Israel que as virgens guardassem essa manta como uma evidência de sua virgindade imediatamente após a consumação do casamento. Essa evidência era mostrada aos parentes mais próximos que poderia servir como testemunhas de sua virgindade.
Os versos 22 a 30 tratam de casos envolvendo estupro e adultério.
Como tem acontecido nos últimos capítulos, Deus tem apresentado ao povo por meio de Moisés vários ensinamentos de caráter social. Vários deles podem ser aplicados ainda hoje em nossa sociedade, por exemplo os ensinamentos a respeito da bondade e da honestidade, além dos esforços de se manter as coisas como Deus criou, como no caso do vestuário de homem e de mulher.
Devemos ler todos estes ensinamentos à luz da cultura daquele povo e daquela época, mas extrair princípios para nossa vida hoje. O conselho bíblico do NT aplica-se ao AT: "julgai todas as coisas, retende o que é bom;" (1Ts 5:21)
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