Os direitos dos levitas.
Dentre todos as tribos de Israel, os levitas eram os únicos que não receberam porções de terra como herança em Canaã (v. 1-2). Ao invés disso, eles receberam algumas cidades onde podiam fazer as suas habitações. Na verdade, a herança deles era a melhor de todas pois "o Senhor é a sua herança" (v. 2).
O sustento dos levitas vinha daquilo que o povo oferecia a Deus no templo e das primícias das suas colheitas (v. 3-4).
Contra os adivinhos e feiticeiros
Deus advertiu seriamente o povo de Israel a não seguir as práticas dos povos pagãos que foram expulsos por eles das terras de Canaã (v. 9). Todas as religiões pagãs tem suas práticas baseadas no espiritismo, ou seja, na crença de uma alma que vive independente do corpo quando a pessoa morre.
O verso 10 proíbe o povo de fazer "passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha". Queimar os filhos vivos era uma prática idólatra de adoração ao deus Moloque. Isto era realizado em uma pequena elevação chama Tofete que ficava em um vale chamado Vale dos filhos de Hinom (Jr 7:31). Este vale foi deixado fora dos muros de Jerusalém quando esta foi edificada.
A expressão Vale dos filhos de Hinom vem do hebraico Ge-ben-hinom que posteriormente foi transliterada para o grego Geena. A palavra Geena foi traduzida erroneamente para o português como Inferno e aparece no Novo Testamento nas seguintes 12 passagens: Mt. 5:22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Mc. 9:43, 45, 47; Lc. 12:5; Tg 3:6. (adaptado de Explicação de Textos Difíceis da Bíblia, Pedro Apolinário, pág. 107, EDITORA UNIVERSITÁRIA ADVENTISTA - SALT IAENE, 1990)
Deus também disse que não deveria existir em Israel os seguintes tipos de abominação (v. 10-11):
- Adivinhador: provavelmente, as adivinhações eram feitas durante a cerimônia do fogo;
- Prognosticador: em hebraico "observador das nuvens". Ou seja, aquele que fazia previsões através do estudo das nuvens;
- Agoureiro: do hebraico "o que sussurra" ou "assobia". Talvez seja uma referência às práticas do espiritismo;
- Feiticeiro: ver 2Rs 9:22; Mq 5:12; Na 3:4;
- Encantador: do hebraico "o que ata nós", referindo-se ao uso de cordões e nós mágicos como feitiços.
- Necromante: do hebraico "o que consulta um 'ob ", ou seja, um médium. Um 'ob é um odre feito de couro de cabra ou de ovelha para armazenar água. É possível que a expressão se refira ao som oco produzido por esse couro seco e, por extensão, aos sussurros do médium quando está em transe. É possível que os médiuns faziam uso do ventriloquismo a fim de enganar o povo;
- Mágico: do hebraico "um conhecedor". Neste caso, refere-se a pessoas que afirmavam ter sabedoria de fontes sobre-humanas;
- Quem consulta os mortos: pode ser a mesma coisa que os necromantes.
Todas estas práticas foram classificadas por Deus como abominação e este era um dos motivos de Deus estar expulsando os povos pagãos de suas terras (v. 12).
Os profetas
Deus fez então uma promessa a respeito de um grande profeta que haveria de vir após a morte de Moisés (v. 15 e 18). Esta é uma profecia messiânica a respeito de Cristo (Jo 6:14).
Além disso, Deus dá orientações a respeito de outros profetas que poderiam surgir e ensina como saber se um profeta é de Deus (v. 21). A Palavra de Deus sempre nos aconselha a avaliar se um profeta é de Deus (1Jo 4:1).
Deus nos dá um dos pontos que devem ser observados para se saber se o profeta é de Deus ou não: quando a profecia não se cumprir, o profeta é falso (v. 22). Porém, existe uma ressalva com relação a isso: o profeta Jonas era um profeta de Deus, mas a sua profecia não se cumpriu.
Devemos observar um detalhe com relação às profecias: Existem profecias condicionais e profecias incondicionais. A profecia de Jonas a respeito da destruição de Nínive era condicional, pois Deus só destruiria a cidade caso o povo não se convertesse. Existem outras profecias que são incondicionais, como por exemplo a volta de Jesus. Ele vai voltar independentemente de qualquer fato externo, quer creiamos ou não.
Vemos por meio deste relato que Deus revela a Sua vontade por meio dos profetas e não de métodos espiritualistas. O espiritismo, ou crença em uma alma imortal não é bíblico, mas de origem pagã. Satanás foi o primeiro ser a ensinar que a alma não morre (Gn 3:4) contrariando as palavras do Criador (Gn 2:17). Na Bíblia, alma e espírito não significam uma entidade imaterial que vive independente do corpo. Quem acha que está se comunicando com mortos, na realidade está se comunicando com demônios disfarçados (2Co 11:14-15) pois os mortos não sabem coisa nenhuma (Ec 9:5).
Devemos ter cuidado com o que acreditamos, se está baseado na Bíblia ou em crenças populares. Quando desejarmos orientação nós devemos buscar a Deus ao invés de métodos espiritualistas (Is 8:19). Deus não manifesta sua vontade através de coisas como búzios, cartas, bola de cristal, horóscopo, médiuns, espíritos ou outros meios semelhantes. Deus nos fala através da sua palavra, a Bíblia (Mt 22:29; Rm 15:4) pelo que foi escrito pelos profetas (Hb 1:1) e por homens santos, inspirados pelo Espírito Santo (2Pe 1:19-21).
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