segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Números 22 - A ganância de Balaão

Quando os filhos de Israel chegaram à campina de Moabe, Balaque, rei dos moabitas, teve medo de ser expulso de suas terras e buscou o apoio dos midianitas. Ele temia enfrentar o povo de Israel com suas próprias forças, então mandou chamar o profeta Balaão para que ele amaldiçoasse ao povo de Israel. É comum que povos de adoração pagã também creiam em coisas como maldições, magia negra, feitiços, superstições, etc.

Algumas evidências deixam a entender que Balaão havia sido
no passado um profeta de Deus. No verso 8 Balaão usa o nome santo de Deus (Yahweh, traduzido na RA por “o Senhor”), fato que deixa muitos comentaristas confusos pois o definem como um adivinho pagão. Em 2Pe 2:1-15 a Bíblia fala de várias características dos falsos profetas. 2Pe 2:15 especialmente diz que esses profetas abandonaram o caminho, seguindo o exemplo de Balaão.

É notório que o motivo do pecado de Balaão foi o amor ao dinheiro ou aos bens materiais. Balaque comprou os serviços da Balaão (v. 7). No segundo recado que Balaão recebeu de Balaque este disse que iria lhe horar grandemente (v. 17) e a resposta de Balaão “ainda que me desse a sua casa cheia de prata e ouro” indica o que ocupava os seus pensamentos.

Fora do livro de números, vemos indicativos da ganância de Balaão em:
  • Dt 23:4 – "alugaram contra ti Balaão"
  • Ne 13:2 – "assalariaram contra eles Balaão”
  • 2Pe 2:15 – "Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça"
  • Jd 1:11 – "e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão"



Balaão rejeitou o primeiro convite feito pelos mensageiros de Balaque após Deus ter dito a ele que não fosse com eles e que não deveria amaldiçoar o povo, pois eles já eram abençoados por Deus. Surpreendentemente, quando foram enviados mais mensageiros a Balaão ele disse que não iria mesmo que recebesse uma casa cheia de ouro e prata. Porém, ele estava realmente interessado no que poderia ganhar do rei Balaque, pois disse aos mensageiros que esperassem enquanto ele consultava a Deus, mesmo já sabendo qual a vontade de Deus que foi citada anteriormente.

Da mesma forma, muitos hoje seguem contra o caminho de Deus, seguindo os seus desejos de avareza. Deus condena o amor ao dinheiro e às posses materiais (Pv 11:28; Ec 5:10; Mt 6:24; Cl 3:5; 1Tm 6:10; Hb 13:5). Devemos buscar o Reino e Deus em primeiro lugar (Mt 6:33) lembrando que o Reino de Deus não é deste mundo.

Parece estranho que Deus tenha permitido a Balaão que fosse com os mensageiros e depois ter se irado contra o profeta. A permissão Deus para que Balaão partisse não era baseada numa vontade de Deus, mas de Balaão. Caso Balaão desejasse fazer a vontade de Deus bastaria o que Ele havia dito anteriormente e foi registrado no verso 12. Mesmo Deus sendo contra nossas atitudes pecaminosas, às vezes ele nos permite seguirmos nosso próprio caminho e sofrer as consequências (Sl 81:11-12; Os 4:17).

Posteriormente, Deus utilizou a jumenta de Balaão a fim de lhe mostrar o erro que ele estava cometendo. Muitos acham estranho Deus ter usado este meio, mas isso serviu para mostrar para Balaão o quanto o seu pecado estava deixando-o cego. Talvez Deus tenha usado a jumenta, a qual serviu a Balaão durante toda a sua vida (v. 30) para fazer um contraste com o desobediente profeta. Note que quando o Senhor fez a jumenta falar (v. 28) com voz humana (2Pe 2:15-16) Balaão estava tão furioso que respondeu ao animal como quem responde a um ser racional. Nem mesmo este milagre fez Balaão compreender o seu erro. Foi necessário Deus abrir os seus olhos para ver o Anjo do Senhor. Assim, muitos hoje estão cegos pelo “deus deste século” (2Co 4:4), rejeitando a palavra de Deus, os quais Deus entregou “a uma disposição mental reprovável” (Rm 1:28).

Com esta história podemos aprender sobre o perigo de amar as posses materiais, ir contra a vontade de Deus e insistir em fazer a nossa própria vontade. Deus revela Sua vontade, adverte e pode até mesmo nos deixar praticar o que desejamos, mas as consequências sempre virão.

 Adaptado de CBASD, vol. 1 pág. 979-984

Um comentário:

  1. Muitos falam que Deus é injusto ou crueu, mas o que o acontece são as colheitas das nossas ações.

    "Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará." (Gálatas 6:7)

    Há muitos Balaões (quem sabe até eu... ou vc). Quando colocamos algo no lugar de Deus se torna semelhante aos premios que Balão tanto queria sobre pondo a contade do Senhor. São: o trabalho em excesso, estudos em excesso, vaidade, reter o que pertence a Deus pensando ser nosso ou administrar mal (tempo, talento, recursos materiais, corpo).

    E o fim de tudo é colhermos o resultado da escolha de querermos ser semelhantes ao Altíssimo, realizando nossa vontade acima dos seus conselhos de amor e justiça.

    ResponderExcluir

Por favor, identifique-se ao postar seu comentário.