terça-feira, 25 de setembro de 2012

Deuteronômio 9 - Lembranças da infidelidade do povo

Estando já próximo o momento em que Moisés morreria e o povo iria entrar na terra prometida, Moisés passa agora a relembrar ao povo as várias vezes em que eles foram rebeldes contra Deus. A rebeldia do povo foi tão grande que Moisés deixou bem claro que eles iriam entrar na terra prometida, mas sem merecimento (v. 4-6). O real motivo de Deus estar dando aquelas terras aos israelitas era a maldade dos povos existentes ali.

Quando Abraão habitava em Canaã, a medida "da iniquidade dos amorreus" ainda não havia se enchido (Gn 15:16). Por 215 anos, Abraão e seus descendentes foram testemunhas fiéis do Deus verdadeiro para que os habitantes dessa terra tivessem oportunidade de se converterem de seus maus caminhos. Somente quando as nações de Canaã tinham enchido de modo irreversível a taça de iniquidade e seu tempo de graça tinha se acabado é que Deus os expulsou de sua terra (Lv. 18:24-28; 1Rs 14:23,24; 21:26) (CBASD, vol. 1, pág. 1077).




Moisés relembrou a ocasião em que ele estava no monte Sinai recebendo as duas tábuas de pedra com os Dez Mandamentos, enquanto o povo estava se corrompendo por meio da idolatria, adorando um bezerro de ouro. Foi Deus quem avisou a Moisés a respeito da transgressão do povo, afirmando que o povo "cedo se desviou do caminho que eu lhe ordenei" (v. 11-12).

Esta história nos mostra a fragilidade dos propósitos humanos. Quando Deus proferiu os Dez Mandamentos para todo o povo ouvir, o povo respondeu a uma voz "Tudo o que falou o SENHOR faremos" (Êx 19:8; 24:3,7). No entanto, rapidamente o povo se esqueceu da sua promessa e transgrediu os mandamentos do Senhor.

A mesma coisa acontece quando confiamos em nossas próprias forças para obedecer a Deus. Quando a Bíblia diz "Maldito o homem que confia no homem" (Jr 17:5) ela está dizendo que nós não devemos confiar em nós mesmos, pois o nosso coração é enganoso (Jr 17:9). Os que tem propósito firme são justamente os que confiam em Deus (Is 26:3). O sábio Salomão também nos aconselha a confiar em Deus e não em si mesmos (Pv 3:5; 28:26).


Logo após ter passado por um jejum de quarenta dias e quarenta noites sem comer nada nem beber água (v. 9 e 11), Moisés desceu com as tábuas dos Dez Mandamentos nas mãos (v. 15). Ao ver o pecado de idolatria do povo, Moisés lançou as tábuas ao chão, quebrando-as (v. 17), como um sinal de que o povo havia quebrado a aliança que tinham feito com Deus quarenta dias antes.

Deus disse a Moisés que destruiria o povo, mas Moisés intercedeu por eles, fazendo um novo jejum de quarenta dias e quarenta noites (v. 18-19). Por várias vezes Moisés atuou como um tipo, ou um símbolo de Cristo, intercedendo pelos pecadores.


A mensagem principal deste capítulo é o perigo de confiarmos em nossa própria justiça, pois temos a natureza pecaminosa. Assim como Moisés relembrou ao povo as várias vezes em que eles pecaram, devemos nós lembrar dos momentos em que fomos fracos e pedir a Deus que nos fortaleça, confiando sempre em Seu poder. "Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará." (Sl 37:5).


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