O início deste capítulo exorta o povo a não se misturar com os povos os quais Deus ordenou que eles destruíssem. Pelo contrário, eles deveriam destruí-los totalmente, sem piedade e não fazer aliança com eles (v. 2). Não deveriam casar-se com as pessoas desses povos (v. 3). Também deveriam destruir qualquer objeto de culto idólatra (v. 5).
O casamento de alguém do povo de Deus com alguém que não professava a mesma fé sempre foi desaconselhado por Deus, para que aquelas pessoas não fizessem o povo de Deus se desviar dos seus caminhos. Salomão violou este princípio e sofreu consequências (1Rs 11:1-8). Também passaram por essa experiência o rei Saul (Gn 26:34-35) e Sansão (Jz 14:1-2). O apóstolo Paulo advertiu contra o perigo destes relacionamentos, os quais ele chamou de "jugo desigual" (2Co 6:14).
O motivo para Deus recomendar tais atos é que os israelitas eram o povo santo, escolhido por Deus, e eles não deveriam se desviar dos caminhos de Deus praticando os maus atos daqueles povos, como a idolatria.
Devemos entender este tipo de texto partindo do fato de que a nação de Israel era a nação que Deus escolheu para si (v. 6). Eles eram um povo santo não porque eram em si mesmos melhores do que os outros (v. 7), mas porque Deus os amava por serem eles descendentes de Abraão, Isaac e Jacó (v. 8), a quem Deus havia prometido que sua descendência seria numerosa e que receberia a terra de Canaã.
Alguns séculos após o dilúvio a descendência de Noé já havia se tornado numerosa, ao ponto de existirem muitas nações na Terra na época em que Abraão viveu. Porém, praticamente todas as nações já haviam pervertido o conhecimento a respeito do Deus verdadeiro, criando suas próprias culturas e religiões com deuses falsos. Abraão, no entanto, era um homem fiel a Deus no meio de uma geração pervertida. Por isso Deus o amava e o chamou para ser o pai de uma grande nação, a qual manteria o conhecimento a respeito de Yahweh, o Deus criador do céus e da Terra.
Assim sendo, quando Deus condenava uma nação pagã à destruição era porque ela já havia abandonado a Deus por muitos séculos, a ponto de não ter mais solução. Lembremos o caso de Sodoma e Gomorra, que Deus disse que não destruiria caso houvesse dez justos ali. Na realidade não havia. O único justo ali era Ló, o qual Deus livrou. Deus não destrói o justo junto com o ímpio (Gn 18:23; Sl 91:7).
Antes que fosse necessário chegar ao ponto de condenar uma nação, Deus sempre dava um longo tempo de oportunidade para os povos pagãos. Podemos ver isso no livro de Jonas, quando Deus enviou o seu profeta para pregar a destruição da cidade de Nínive. O povo daquela cidade se arrependeu e voltou a adorar somente ao Senhor, por isso eles não foram destruídos.
Os versos 12 em diante mostram as bênçãos advindas da obediência a Deus. No caso de Israel, eles iriam se multiplicar e também o fruto do seu trabalho seria abundante (v. 13). Eles seriam um povo livre de enfermidades (v. 14-15) e Deus os faria vencedores nos confrontos com as nações inimigas (v. 16-24).
Hoje também podemos contar com bênçãos advindas da fidelidade a Deus. Nem sempre essas bênçãos serão terrestres, pois Jesus disse que nós passaríamos por aflições nesta vida (Jo 16:33), mas com certeza receberemos bênçãos espirituais, sendo a principal delas a Salvação (Tg 1:12; Ap 2:10).
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