terça-feira, 18 de setembro de 2012

Deuteronômio 2 - As conquistas do povo de Israel

No capítulo dois, Moisés continua fazendo a retrospectiva dos fatos ocorridos com o povo de Deus. Aqui a ênfase é dada aos povos os quais Israel deveria evitar confronto e quais povos Israel deveria enfrentar.

Deus disse que o povo não deveria enfrentar os edomitas, ou seja, os descendentes de Esaú (v. 4 e 5), pois  tinha prometido bênçãos a eles e cumpriu concedendo-lhes as terras próximas às montanhas de Seir (Js 24:4). Da mesma forma, Israel não deveria enfrentar os moabitas e nem os amonitas, pois Deus tinha prometido aquelas terras aos descendentes
de Ló (v. 9, 18 e 19). Ao invés disso, Deus permitiu que Israel derrotassem Seom, o rei de Hesbom.

Deus sempre cumpre suas promessas, seja concedendo terras para os edomitas, moabitas e amonitas que não faziam parte de Sua aliança, seja levando o povo de Israel a viajar trinta e oito anos até que toda uma geração morresse no deserto (v. 14; Nm 14:29).


Quanto ao versículo que diz que Deus iria fazer o rei de Hesbom endurecer o seu coração (v. 30), o caso é semelhante ao de faraó, quando Moisés falou com ele para que libertasse o povo de Israel (Êx 4:21). Isto não significa que Deus feriu o livre-arbítrio daquele rei, forçando-o a ser teimoso. Isso é uma figura de linguagem hebraica que atribui a alguém uma obra que ele não fez, mas permitiu que ela acontecesse. Neste caso, não foi Deus quem endureceu o coração do rei de Hesbom, mas significa que Deus não atuou coração do rei com o intuito de influenciá-lo a permitir o povo passar. Desta forma, Deus permitiu que o rei se endurecesse.

Podemos ver uma evidência desse tipo de figura de linguagem em Êx 5:22 quando Moisés pergunta a Deus "por que afligiste este povo?", quando na verdade quem estava afligindo o povo eram os egípcios (Êx 1:11-12). O significado real de Êx 5:22 poderia ser "por que o Senhor permitiu que este povo fosse afligido?".


O Senhor, nosso Deus, é um Deus justo, que não interfere no nosso livre-arbítrio. Ele pode até influenciar o rumo da história, com o fim de cumprir o seu propósito, mas no que diz respeito às decisões das pessoas ele deixa a cada um o direito de servi-lo ou não (Dt 30:19; 1Rs 18:21).

Somos livres para fazermos o que quisermos, mas todas as nossas escolhas têm consequências. Somos livres para escolher ir para o Céu, pois crer é algo voluntário (Jo 3:16). Somos livres também para escolher a perdição.

A maior prova do livre-arbítrio é o fato de existirem muitas pessoas que irão se perder, cujo número é como a areia do mar (Ap 20:7-9), mesmo quando o desejo de Deus é a salvação de todos os homens (1Tm 2:3-4).

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