Apesar do subtítulo, este salmo é um lamento de Davi quando ele fugia e se escondia nas cavernas (CBASD vol. 3. Pág, 827).
Davi relata neste salmo a falta que sentia de estar na presença de Deus. Era um desejo comparado à sede (v. 1). Enquanto fugia, Davi sentia saudades do templo, onde ele podia estar "perante a face de Deus" (v. 2). Davi não ficava literalmente diante de Deus, mas ir ao templo para adorá-lo era considerado como estar diante da Sua face (Êxodo 23:17; Salmos 84:7; Deuteronômio 16:16). Ao mesmo tempo em que Davi chorava e lamentava, os seus inimigos diziam que o Deus de Davi não estava se importando com a sua situação (v. 3).
Em sua tristeza, Davi ficava se lembrando de quando ele saía em procissão guiando o povo em louvor a Deus até o seu santuário (v. 4). Ao lembrar destes fatos, o seu coração se enche de esperança e ele se questiona porque está sofrendo dessa forma. Com uma fé renovada ele passa a afirmar para si mesmo que um dia voltaria a louvar a Deus no tabernáculo (v. 5). O verso 5 é o refrão deste salmo, pois se repete no verso 11 e, com poucas variações, reaparece no salmo 43:5.
O verso 6 inicia a segunda parte do salmo. Davi continua expressando sua tristeza e, de forma poética, representa o seu sofrimento por meio de fenômenos naturais provavelmente existentes no local onde ele se encontrava (v. 7). Ele se refere ao derretimento da neve no monte Hermon, que formava cataratas que desciam por montes e vales (CBASD vol. 3, pág. 828).
Durante o dia Deus o preservava, concedendo-lhe a sua misericórdia, e à noite Davi tinha um louvor e uma oração de gratidão a Deus pelo livramento (v. 8). Contudo, ele continua a perguntar a Deus onde Ele está e porque se demora em livrá-lo dos seus adversários (v. 9-10). O salmo termina com o mesmo refrão do verso 5.
Em mais um salmo de lamentação por causa da perseguição, Davi agora destaca um sentimento que ele tinha diariamente no meio da angustia: a saudade da presença de Deus. Ele ansiava o dia em que poderia estar novamente louvando a Deus no seu santo templo.
Isto nos faz pensar a respeito de qual é a nossa motivação para irmos à igreja. Será que vamos a igreja pelo mesmo motivo de Davi, ou porque gostamos de estar na companhia dos irmãos, para colocar a conversa em dias? O que nos atrai nos cultos? O louvor a Deus ou outros fatores exteriores?
Davi desejava voltar ao templo de Deus assim como um animal sedento no meio do deserto desejava água. Que Deus nos abençoe para alcançar esse nível de relacionamento com Deus, onde Ele seja o nosso verdadeiro motivo para irmos ao templo.
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