O subtítulo afirma que este é um salmo didático de Davi. Isso porque o seu texto ensina as vantagens de buscar ao Senhor e confessar os nossos pecados.
Primeiramente, o homem que tem o seu pecado perdoado é chamado de "bem-aventurado", que significa "feliz" (v. 1). O perdão de Deus traz felicidade ao homem, pois restabelece o relacionamento deste com Deus. Além disso, o verso diz "cujo pecado é coberto". O termo "coberto" neste verso não significa que Deus encobre nosso pecado como fazem os amigos que ajudam uns aos outros a esconder as suas falhas. Deus cobre nosso pecado no sentido de que após perdoar ele esquece daquele pecado (Isaías 43:25; Miquéias 7:19). Após perdoar, o Senhor "não atribui iniquidade" à pessoa (v. 2). Bem-aventurado é aquele em quem não há "dolo", ou seja, "engano". Deus não pode conceder o perdão à pessoa que confessa seus pecados fazendo uso de falsidade. É necessário abrir o coração a Deus com sincero arrependimento.
Por um tempo Davi escondeu dentro de si o seu sentimento de culpa (v. 3) e isso estava interferindo na sua saúde física e mental. O peso na consciência o deixava abatido (v. 4). Contudo, Davi resolveu confessar os seus pecados e obteve de Deus a benção do perdão (v. 5). Baseado em sua experiência ele passa a encorajar os outros a fazerem o mesmo, dizendo que o homem que for piedoso (o contrário de ímpio) deverá buscar a Deus "em tempo de poder encontrar-te". Isso faz lembrar o texto que diz: "Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está
perto." (Isaías 55:6). A graça de Deus está disponível a todos, mediante a aceitação do sacrifício de Cristo, mas esta oportunidade irá cessar um dia. Devemos buscar a Deus enquanto temos tempo (2 Coríntios 6:2; Hebreus 4:16; 1 Pedro 5:6-7). Deus preserva aqueles que o buscam (v. 7).
Parece que as palavras nos versos 8 e 9 não são de Davi, mas de Deus em resposta às palavras dele. O Senhor diz que nós não devemos ser teimosos como cavalos ou mulas, sem entendimento, mas devemos seguir o caminho que Ele nos mostra (Isaías 30:21).
Os ímpios, que não se arrependem e portanto não buscam a Deus por meio de oração e confissão, sofrerão bastante (v. 10). Certamente uma das formas de sofrimento é o sentimento de culpa. Já os justos buscam a Deus e confessam a sua iniquidade, ficando livres desse sentimento, pois a misericórdia de Deus os assistirá.
O salmo termina com o conselho para que os justos se alegrem no Senhor (v. 12). Essa alegria com certeza vem de um coração livre do peso do pecado.
Em geral, o ensinamento do salmo é que nós não devemos guardar para si as nossas culpas. O pecado gera um fardo grande em nossa vida, mas Deus nos convida a lançar sobre ele os nossos fardos (Salmos 68:19; Mateus 11:28-30). A confissão não serve para Deus saber que pecamos, pois Deus vê e sabe todas as coisas, até mesmo o que está em nosso coração (Salmos 11:4; Salmos 139:1; Romanos 8:27). A confissão é uma maneira de largarmos o pecado e o sentimento de culpa, entregando nossa vida nas mãos de Deus. A confissão só tem valor quando é precedida por um sentimento de sincero arrependimento.
Temos muitas promessas de perdão na Bíblia, mas somente alcançará essas promessas aquele que se arrepende (Lucas 15:10; Atos 3:19) e busca a Deus (Provérbios 28:13; Hebreus 12:1; 1 João 1:9).
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