Este é um típico salmo no qual Davi eleva as suas súplicas a Deus e depois o exalta por ter sido atendido. A separação das ideias do texto em duas partes é clara: do verso 1 ao 5 está o clamor, do verso 6 ao 9 a gratidão pela prece ouvida.
Davi pede que Deus responda a sua oração (v. 1). Ele buscava a Deus em oração no seu santuário, de mãos erguidas (v. 2). Não parece ser um ato de orgulho ou exaltação própria, como faziam os fariseus no tempo de Cristo (Mateus 6:5; Lucas 18:10-14), mas pelo contexto do salmo parece uma súplica sincera de alguém que busca desesperadamente a Deus, pois ele temia a morte.
O salmista temia que ele fosse contado por Deus justamente com os ímpios (v. 3), pois estes receberão de Deus a recompensa pelos seus maus atos (v. 4-5; Salmos 54:5; Mateus 16:27; Romanos 2:5-8). Eles serão destruídos pelo fato de não atentarem para os feitos do Senhor (v. 5). Deus revela o seu amor e o seu poder por meio da natureza e por meio da Sua Palavra (Salmos 19) a fim de que os homens possam conhecê-lo (João 17:3) e adorá-lo.
Repentinamente, o texto do salmo muda de uma súplica para ações de graças. Deus respondeu "as vozes súplices" do salmista (v. 7. Comparar com v. 2). Tudo indica que o pedido do salmista era por proteção, pois ele afirma que Deus era a sua força e o seu escudo.
Por fim, o salmo termina afirmando que Deus salva o seu povo (v. 9) e o exalta para sempre.
Podemos aprender nas palavras deste salmo a perseverança na oração, pois o salmista estava orando a Deus e aparentemente não obtinha resposta. Então, de forma súbita, ele passa a crer em seu coração que Deus respondeu a sua súplica. Não basta pedirmos algo a Deus como se estivéssemos informando a ele sobre as nossas necessidades, pois ele conhece todas (Mateus 6:31-32). A oração não muda a disposição de Deus em nos ajudar, mas nos muda e nos prepara para receber aquilo que pedimos, se for realmente da vontade de Deus.
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