Nos tempos antigos cada povo adorava a vários deuses pagãos. Muitas vezes esses deuses eram conhecidos e adorados apenas em uma região. Não era este o caso com o Deus verdadeiro. Neste salmo Davi afirmou que o nome de Deus era "magnífico em toda a terra" devido à sua superioridade em relação aos vários deuses falsos que eram apenas divindades regionais. O único Deus verdadeiro é aquele que expôs nos céus a sua majestade (v. 1).
O verso 2 lembra muito o relato de Mateus 21:16. Jesus havia purificado o templo expulsando os vendedores e depois demonstrou o seu poder ao curar muitos enfermos. Os fariseus ficaram então indignados com as maravilhas que Jesus fazia e com a manifestação dos meninos que diziam "Hosana ao Filho de Davi!". Jesus então lhes perguntou: "... nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?". Embora o texto varie um pouco do texto hebraico ele concorda totalmente com a tradução da Septuaginta.
Os salmista então contempla as obras de Deus manifestadas através do céu (v. 3). O texto não faz menção do Sol, que é o principal astro celeste, o que nos faz crer que ele contemplava o céu durante a noite. Isto faz bastante sentido, já que as estrelas só são visíveis à noite.
Ao contemplar a obra de Deus no céu noturno o salmista sente-se pequeno em comparação com o tamanho do universo e a grandeza do Deus Criador. O que é o homem comparado com tal imensidão? Apesar disso, Deus o visitou (v. 4). A palavra "visites" no original descreve não apenas o ato de visitar, mas também o que o visitante consegue com sua visita. Portanto, neste caso a palavra indica o cuidado de Deus para com o ser humano (CBASD, vol. 3, p. 730,731).
Mesmo o ser humano sendo insignificante comparado ao vasto universo, Deus se importa conosco com "amor eterno" (Jr 31:3). O fato de Jesus ter vindo nos visitar e morrer por nós revela o valor do homem para Deus.
Outra coisa que impressionava o salmista com relação ao valor que Deus dá ao ser humano é o fato do homem ter sido feito "por um pouco, menor do que Deus" (v. 5), não no sentido de que poderíamos ser quase deuses, mas no sentido da autoridade que foi conferida ao homem na criação. Deus corou Adão "de glória e de honra" tornando-o o governante de toda a terra, tendo domínio sobre todos os animais (v. 6-8; Gn 1:26-28).
Assim, duas coisas foram motivo de Davi glorificar o nome de Deus neste salmo: a grandeza do Deus Criador revelada através do Universo e o amor dele para com o homem. Davi glorificou o nome de Deus praticamente com as mesmas palavras no início e no fim do salmo (v. 1 e 9).
Podemos então aprender deste salmo que a contemplação da natureza é uma fonte importante de conhecimento a respeito do nosso Deus. Aprendemos também que mesmo sendo pequenos comparados ao restante da criação, nós somos bastante importantes para Deus e muito amados por Ele, ao ponto de Ele vir nos visitar e tomar a nossa forma humana para nos redimir.
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