Este é um salmo messiânico que profetiza a entronização de Cristo como o rei sobre as nações, aquele que irá governar sobre toda a Terra. Os apóstolos atribuíram a Cristo o significado deste salmo (At 4:25-27).
Inicialmente é relatada uma rebelião dos povos contra o Ungido do Senhor (v. 1-3). O Ungido é um título aplicado a Jesus. A palavra "Messias" vem do hebraico e significa "Ungido". Era costume derramar-se óleo sobre a cabeça de Reis e sacerdotes quando eles eram consagrados para exercerem sua atividade. Davi referia-se a Saul como "o ungido do Senhor". O verso 3 mostra o desejo das nações ímpias de cortar relações com Deus e o Ungido.
Deus, porém, a despeito da indiferença das nações, estabeleceu a Jesus Cristo como rei sobre toda a Terra. Ele é apresentado como alguém que ri da rebelião dos povos (v. 4). A Bíblia é a mensagem de Deus escrita em linguagem humana; sendo assim, Deus muitas vezes é apresentado como tendo características humanas.
Deus ri da rebelião do povo no sentido de que por um tempo ele parece não estar preocupado com a mesma, mas a seu devido tempo Deus lhes mostrará o seu propósito e eles perceberão o quanto estavam errados(v. 5). Apesar dos esforços das nações em rejeitar o Ungido, Deus o estabeleceu como rei (v. 6).
No verso 7 existe a expressão "Tu és Meu Filho, Eu hoje, te gerei". Muitos usam este verso para tentar provar que Cristo foi gerado ou nascido a partir de Deus, o Pai. No entanto, o contexto do salmo não é a respeito do princípio de Cristo, a partir de quando ele teria passado a existir. Todo o contexto do salmo é sobre nações e reis que se rebelaram contra Deus e não aceitaram o seu filho como o Rei sobre eles. Pode-se perceber claramente o contexto pelo grande uso de palavras relacionadas a reino como "povos" (v. 1), "reis" (v. 2 e 10), "príncipes" (v. 2), "Ungido" (v. 2), "Rei" (v. 6), "nações" (v. 8), "regerás" (v. 9). Vemos que do verso 7 ao 9 o Messias está contemplando o decreto no qual Deus o proclamou como Rei.
O apóstolo Paulo atribui o sentido do verso 7 à ressurreição de Jesus (At 13:32-33). O fato de Jesus ter sido ressuscitado dentre os mortos de forma singular proclamou-o como o Filho de Deus (Rm 1:4) (CBASD vol 3. p. 714)
O salmo termina com o conselho para que as nações reconheçam e se submetam à autoridade do Filho como Rei sobre todos (v. 10-12) e uma bem-aventurança para aqueles que buscam refúgio nEle (v. 12).
Este é um retrato da sociedade atual, onde as pessoas se rebelam contra Jesus. O desejo das nações é romper os laços com Deus e Cristo e reinar sobre si mesmos. A independência para com Deus é a fonte do mal, pois Deus é o provedor de tudo o que é bom (Tg 1:17).
Deus "estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos." (At 17:31).
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