Salmos 19 - A Revelação de Deus

Este é um dos salmos mais belos de Davi. Ele afirma nos primeiros seis versos que as maravilhas da natureza (especificamente o Universo) revelam a glória de Deus. Deus é o Criador e a sua criação revela em parte as suas características. O apóstolo Paulo afirma que os atributos de Deus e até mesmo a sua divindade podem ser reconhecidas por meio das coisas criadas (Romanos 1:20).


Os céus neste caso refere-se especificamente àquele que é visível aos nossos olhos, porque é onde o Sol "percorre o seu caminho" (logicamente, a terra é quem percorre o seu caminho ao redor do Sol). Este mesmo céu demonstra a glória de Deus e que foi ele quem criou todas as coisas. Ou seja, o céu demonstra que existe um Criador e não deixa espaço para interpretações evolucionistas (v. 1).

Este conhecimento sobre Deus é transmitido de um dia para outro e de uma noite para outra (v. 2). A ideia do texto é de continuidade. Termina o dia e começa a noite, depois termina a noite e começa um novo dia e a glória de Deus continua sendo exibida por meio das maravilhas de sua criação. No entanto, este conhecimento não é transmitido através de alguma linguagem ou por meio de palavras (v. 3). Esta é uma espécia de "voz não audível" de Deus que pode ser ouvida até os confins da Terra.

O Sol é o astro mais visível através de nossa atmosfera e exerce uma influência fundamental na vida do nosso planeta. Por isso, ele era adorado por vários povos pagãos antigos como um deus. Neste salmo, porém, ele foi demonstrado como algo criado por Deus e símbolo do Seu poder. Se o Criador pôde fazer algo tão grande, que "percorre toda a terra de um lado ao outro", fornecendo luz, calor e vida, imagine quão grande é a glória do Criador!


A partir do verso 7, o salmista passa a falar de outra forma pela qual Deus se revela: sua Palavra. Dos versos 7 ao 9 são dadas várias características pala a palavra de Deus e sua Lei. As palavras usadas nestes versos lembram as do Salmo 119. Os versos são divididos em duas partes. A primeira parte atribui qualidades à palavra de Deus: ela é perfeita, fiel, reta, pura, límpida e verdadeira. Na segunda parte vemos os seus efeitos na vida do crente: restaura, dá sabedoria, alegra, ilumina. A seguir, o salmista fala o quanto os preceitos de Deus são valiosos para ele (mais do que o ouro) e prazerosos (mais doces que o mel) (v. 10).

Para que serve a palavra de Deus? Ela nos admoesta, ou seja, nos aconselha e quando seguimos os seus conselhos nós recebemos grande recompensa (v. 11). Paulo disse para Timóteo que as escrituras são úteis "para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Timóteo 3:16). Não devemos buscar o conselho dos ímpios (Salmo 1:1), mas sim o conselho do Senhor (Salmo 16:7; 73:24; Provérbios 8:14). A Lei do Senhor serve para que possamos discernir o que é o pecado em nossa vida (v. 12; Romanos 3:20; 7:7).

Davi ora também a Deus que não permita que o seu coração se torne orgulhoso (v. 13). O orgulho foi um dos primeiros pecados do universo, cometido por Lúcifer (Ezequiel 28:12-17, especialmente o verso 17). Além disso ele pede a Deus que ele possa falar e pensar somente aquilo que agrada a Deus (v. 14).



Neste salmo vimos que Deus se revela a nós. Esta revelação aconteceu basicamente de duas formas:

1. Revelação Geral: pode meio da natureza
2. Revelação Especial: por meio da Sua palavra e da pessoa de Jesus Cristo, a expressa imagem do seu ser (Hebreus 1:1-3)

Deus deseja que o conheçamos, pois disto depende a nossa vida eterna (João 17:3). Busquemos então momentos de reflexão a respeito da criação de Deus revelada na natureza e principalmente busquemos conhecer a Jesus por meio da Bíblia.