quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Salmos 22 - O sofrimento do Messias

Este é um salmo messiânico, ou seja, que profetiza situações da vida do Messias que haveria de vir no futuro. Uma lida rápida já deixa claro que a maioria dos versos deste salmo se cumpre nos momentos finais da vida de Jesus, quando ele estava na cruz. O salmista estava citando o sofrimento de Cristo como se fosse o seu próprio.


"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (v. 1). Esta é uma pergunta bastante conhecida que Jesus fez a Deus estando sofrendo a agonia causada pelos nossos pecados (Mateus 27:46; Marcos 15:34). Deus não abandona os seus filhos. O que aconteceu é que Jesus estava recebendo sobre si o peso do pecado (Isaías 53:5; 1 Pedro 2:24), que causa afastamento entre nós e Deus (Isaías 59:2). Este sofrimento durou até chegar a noite (v. 1-2).

O texto então começa a louvar a Deus (v. 3-5) e depois volta a descrever uma espécie de humilhação perante Deus. O Salmista chega a declarar "eu sou verme" (v.¨6). O Messias sofredor é o opróbrio do povo, desprezado por todos (Isaías 53:3). As pessoas zombavam dele, "meneando" a cabeça (v. 7; Mateus 27:39-42; Marcos 15:29). Outros ironizavam dizendo que já que ele confiava em Deus, então que Deus o livrasse (Mateus 27:43-44). Apesar da ironia dos que o observavam, o Messias confiava que Deus estava com ele desde o seu nascimento na forma humana e o havia protegido até aquele dia (v. 9-10). Clamando por socorro, o Messias vê os seus opressores como animais ferozes, o touro (v. 12) e o leão (v. 13).

O maior sofrimento que Jesus passou foi o peso dos pecados que lhe causavam o afastamento de Deus. Porém, a partir de um determinado momento ele passou a sentir o sofrimento físico. O texto passa então a descrever este momento, onde ele se derrama feito água (perde as forças), os ossos se desconjuntam e o coração se derrete (v. 14). Ele chega a descrever até a sua sede, onde diz "a língua se me apega ao céu da boca" (v. 15). Quanto Jesus viu que as profecias a respeito de sua crucificação já estavam cumpridas, disse aos seus carrascos "tenho sede" (João 19:28) e um soldado lhe deu vinagre a beber (Mateus 27:48; Marcos 15:36; Lucas 23:36; João 19:29).

Outros detalhes a respeito da morte de Cristo são profetizados: suas mãos e pés foram traspassados (v. 16; Isaías 53:5), indicando a sua morte por meio de crucificação. Os soldados romanos então repartiram entre eles as vestes de Cristo (v. 18) por meio de sorteio (Mateus 27:35; Marcos 15:24; Lucas 23:34; João 19:23-24). Os versos 20 e 21 continuam com o clamor do Messias.

De forma repentina, a partir do verso 22 o texto muda de uma lamentação para o louvor a Deus pela libertação, porque Deus ouviu o seu clamor (v. 24). Irão louvar a Deus todos aqueles que o buscam (v. 26). Estes são tanto os descendentes de Jacó até os que se converterão dos "confins da terra" (v. 27). Eles reconhecerão que Deus é o rei sobre todos (v. 28) e proclamarão a respeito da justiça de Deus.


Este salmo tem aplicação dupla, onde uma parte é uma profecia a respeito de Jesus (versos 1 a 21) e outra parte é aplicada na vida do salmista (versos 22 em diante).

Clamor em meio ao sofrimento, o socorro de Deus e o louvor pelo livramento são o tema central deste salmo. Devemos lembrar a cada dia que Deus é o nosso refúgio (Salmo 121) e buscá-lo em momentos de crise, tendo a certeza que ele nos ouve.


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