Davi foi aconselhado a fugir para salvar a sua vida (v. 1 e 2), já que "os fundamentos" (v. 3) foram destruídos. Estes fundamentos provavelmente referem-se à justiça do reino, pois o verso pergunta o que o justo pode fazer sem eles. Quando a justiça é negada a uma pessoa, a quem mais ela pode recorrer? Geralmente se aconselha que fuja para salvar a própria vida. Davi não quis fugir, pois a sua confiança estava firme no Senhor, como ele afirmou na primeira frase do salmo: "No Senhor me refugio" (v. 1).
Ele sabia que Deus lá dos céus estava observando toda a humanidade (v. 4), tanto justos quanto injustos, para dar-lhe o que lhes é merecido (v. 5).
Deus abomina o que ama a violência (v. 5). A recompensa deles é comparada à de Sodoma e Gomorra, que foram destruídas por fogo e enxofre vindo do céu (Gênesis 18 e 19). Já a palavra "cálice" usada no verso 5 é usada na Bíblia como símbolo da recompensa dos ímpios (Sl 75:8; Ap 14:10; 16:19). Era comum na Grécia antiga os condenados à morte serem obrigados a tomar um cálice contendo veneno. Diz-se que Sócrates foi condenado à morte por ingestão de Cicuta.
O destino dos justos, porém, é bem diferente: eles terão como recompensa o direito de estar face a face com Deus (v. 7; 1Jo 3:2; Ap 22:4). Um fato curioso a respeito disso é que nenhum ser humano pecador jamais viu a Deus (Êx 33:20, 23; Jo 1:18).
Enfim, neste salmo Davi declara mais uma vez a sua confiança em Deus, pois sabe que Ele vê a todos os homens e retribuirá a cada um pelas suas obras, seja com o cálice da perdição ou a misericórdia de permitir que o justo viva eternamente com Ele e contemple a sua face.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, identifique-se ao postar seu comentário.