Mais uma vez Davi suplica a Deus para que intervenha a favor dele contra os homens violentos que procuram tirar-lhe a vida. Ele sentia-se profundamente perturbado por causa da sua falta de paz e da opressão que sofria (v. 1-3). As suas palavras neste salmo são tão fortes que até parece que ele estava com um quadro de depressão, pois dizia que o seu coração estava palpitante devido ao temor da morte (v. 4-5).
Em momentos como esse, o que normalmente uma pessoa anseia é fugir dos problemas, se esconder em algum lugar onde ele possa encontrar paz (v. 6-8). Porém, devemos lembrar que o desejo de fugir dos problemas não é saudável e muitas vezes é o motivo que leva pessoas depressivas ao suicídio. O correto é lançar nossos fardos sobre Jesus e confiar nele, pois ele nos trará a paz (Mateus 11:28-30).
Inicialmente, o salmista descreve a maldade pública que ele via na cidade (v. 9-11), mas não era essa a principal causa do seu sofrimento. O principal motivo da angústia do salmista era a opressão e maldade praticada contra ele por uma pessoa que outrora era seu amigo íntimo (v. 12-13). Era alguém com que ele tinha momentos de lazer e que com ele ia à adoração pública no templo (v. 14). Voltando a falar da multidão de pessoas más da cidade, Davi achava melhor que estivessem mortas para que não estivessem vivas praticando a maldade. Ele dizia isso porque achava que essas pessoas não tinham mais jeito, pois a maldade já era algo constante na vida delas no lar onde cresceram e agora essa mesma maldade faz parte do seu coração (v. 15).
Então ele faz um contraste, uma comparação entre sua vida e a dos ímpios que ele tinha acabado de descrever. Ao invés de praticar a maldade, Davi buscava a Deus (v. 16) três vezes ao dia (v. 17) assim como o profeta Daniel fazia (Daniel 6:10).
Davi rogava a Deus que o livrasse de todos esses homens maus que o perseguiam (v. 18). Ele tinha a certeza de que Deus ouviria a sua oração porque ele cria que aquelas pessoas já estavam numa situação em que não tinha mais como se converter e voltar a Deus (v. 19). Aquele homem que era seu amigo e se tornou inimigo traiu a sua confiança, quebrou os laços de paz (v. 20). Era um homem falso, que falava palavras boas, mas planejava o mal (v. 21).
Davi encerra com palavras de conselho para os seus ouvintes, para que, assim como ele, entreguem os seus problemas nas mãos de Deus, pois Ele não permitirá que os justos sejam abalados (v. 22; Isaías 26:3). Os ímpios não terão uma expectativa de vida longa, mas os justos serão abençoados por Deus porque confiam nele (v. 23).
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